segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

QUANDO NÃO SE É CAPAZ DE CUIDAR DA VIDA, CUIDA-SE DA MORTE...

A LIBERDADE INDIVIDUAL, OS VALORES SOCIAIS, A SOCIEDADE E A VIDA...E OS DESABAFOS DE UM CIDADÃO...
PORTUGAL NO MUNDO, A BABILÓNIA MODERNA?
Portugal tem sido palco de acontecimentos nos últimos tempos onde vamos assistindo ao maior desfile duma crise de valores em sua história com cenários de corrupção e imoralidade nunca vistas no país com sua própria identidade. Reagem contra este estado de coisas os que estão atentos e se manifestam com preocupação acusando responsáveis políticos que fazem de Portugal uma Babilónia Moderna revelando a sua própria degeneração.

Em face disto, repasso o seguinte artigo de Mário Crespo que considero muito oportuno para exemplificar a situação:

"Depois de em Outubro ter morto (o debate a respeito de) os casamentos gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.

Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril.

A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nietzsche.

A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida (e nem a sua reprodução) e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos (pecadores) não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise, com uma taxa de 10% de desempregados ou mais e com 100000 novos emigrantes qualificados e os cidadãos mais capazes e com uma taxa de inactivos a aumentar por incapacidades várias e com as desigualdades a aumentarem e as liberdades a diminuírem e com a corrupção e a discriminação arbitrária, violenta e abusiva a aumentar, etc.). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro (como de resto já tinha sido concluído com a legalização da prática do Aborto, que só num ano matou 250000 pessoas possíveis e vou repetir 250000 pessoas possíveis e repeti para não se esquecerem e para vos fazer reflectir sobre as consequências, o egoísmo e a cegueira destas pobres mentalidades, que nos levam à extinção e à pobreza moral, espiritual e material). Só pensam neles e não pensam sequer na sua própria reprodução e na reprodução social e da sociedade e parece que querem o mundo só para eles e quando derem pelos seus erros e pela sua própria ignorância estão a viver num deserto de areia e de pedras ou rodeados por ratazanas numa lixeira putrefacta. São as consequências do liberalismo e das mentalidades libertinas e egoístas, do individualismo e do utilitarismo patológico e míope, que prolifera a todos os níveis e escalas sociais. E são também as consequências de quem não pode ou não quer fazer nada pela vida, pela sociedade e pelos outros e não tem consciência das possíveis consequências para todos, incluindo para os próprios e para os seus descendentes, a médio e longo prazo.

Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida. O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência e da vida a todos os níveis e escalas e de todas as espécies (e lembro que este ano é o "Ano Internacional da Biodiversidade").

Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer. Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos.

O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades, da vida e de todas as espécies e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido.

Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime.

O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos".

Meus aplausos para Mário Crespo,

Rui Palmela

Adaptei, ampliando alguns parágrafos,
Manuel de Sousa Ribeiro

Ler também: Utopia e Realtà e Le Origini del Bene e del Male


http://utopiaerealidade-utopiaandreality.blogspot.com/

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