segunda-feira, 15 de março de 2010

Se os robôs e os computadores fazem o trabalho necessário, agora as pessoas só são necessárias para consumir...

Se os robôs e os computadores fazem o trabalho necessário, agora as pessoas só são necessárias para consumir.Temos uma variedade enorme de automatismos mecânicos, eléctricos, electrónicos, informáticos e digitais, que desenvolvem eficientemente todas as actividades e tarefas mecânicas, rotineiras e repetitivas, que substituem o trabalho humano e animal, garantindo eficiência, rapidez e trabalho contínuo, sem pausas, sem descanso nocturno, sem fins de semana, sem férias, sem doenças incuráveis, sem gravidezes, sem outras ocupações e sem preocupações, que não reclamam e não protestam contra as injustiças e a exploração do seu trabalho e das suas capacidades e que não fazem greves, manifestações, boicotes, sabotagens e que não votam em actos eleitorais. São o tipo de trabalhadores perfeitos para os empresários dominarem, explorarem e atirarem para a sucata, quando estiverem gastos, obsoletos ou já não serem mais necessários, devido a superprodução ou a mudança de gostos dos consumidores humanos ou robotizados e não exigem indemnizações, reformas e nem descontos para a segurança social?

Só que é necessário fazer uma pergunta muito pertinente, oportuna, relevante e actual, face à crise económica e social presente, com desemprego galopante e com a marginalização sistemática de trabalhadores e de grupos sociais, raciais, culturais, profissionais e regionais, que são afastados permanentemente do trabalho social necessário e que podem e são substituídos pelas máquinas e por outros trabalhadores mais qualificados ou a preço mais barato, de outras regiões e de outras raças e culturas e que ficando sem trabalho e sem poder de compra, temos de perguntar como vão poderem satisfazer as suas necessidades vitais e sociais e se terão de morrer ou de emigrar e para onde ou se terão de se contentar com o rendimento mínimo garantido pelo Estado, chamado rendimento mínimo de inserção social e é caso para perguntar de inserção social aonde e em que economia?

E é caso também para perguntar e porque faz parte da finalidade deste texto, a quem vão as empresas, os empresários, os investidores e as unidades de produção robotizadas e informatizadas venderem os seus produtos e serviços, produzidos em massa e sem defeitos e de baixo custo, senão existirem consumidores (pessoas - seres humanos) com rendimento e com poder de compra, para lhes comprar os produtos e serviços? Porque se as máquinas fazem a produção e se não são necessários trabalhadores (pessoas - seres humanos), para fazer a produção, são obviamente necessárias as pessoas - seres humanos, para consumirem e comprarem os produtos e serviços que os robôs e os computadores produzem?

Então é preciso mudar os modos de produção e de consumo e de distribuição do trabalho social e dos rendimentos gerados na economia, a nível mundial em caso de economias abertas, ou a nível regional ou nacional em caso de economias fechadas, e os modos de tributação fiscal sobre as empresas e sobre os trabalhadores, e os modos de financiar a segurança social e de fazer a redistribuição do rendimento, e os modos de garantir a assistência digna e condigna na doença, no desemprego, na infância e na velhice, e é necessário reduzir os horários de trabalho, para que todos possam trabalhar e se realizarem como pessoas, cidadãos e seres sociais e humanos, o que caracteriza a vida humana, que só é possível em sociedades e em grupos sociais organizados e para que todos tenham rendimentos suficientes para poderem viver em sociedades e em grupos sociais de modo digno e condigno e todos possam satisfazer todas as suas necessidades vitais, sociais e culturais, de modo saudável, agradável, sadio e feliz e sem discriminações injustas e injustificadas e sem exclusões e marginalizações, sejam elas sociais, raciais, regionais, culturais ou profissionais?

A satisfação das necessidades das pessoas é o objectivo básico de todo o processo produtivo. Sem pessoas não há consumidores e sem estes não há compradores e clientes, para as unidades de produção de bens e de serviços venderem as suas produções. E as pessoas são necessárias para produzirem bens e serviços. Mas hoje são mais necessárias para consumirem e escoarem as produções das empresas e permitir que estas rentabilizem os seus investimentos e possam manter de modo sustentável os seus processos produtivos?

Muito mais se podia escrever sobre isto e até fazer grandes estudos e até aproveito para sugerir às instituições científicas para o fazerem, e porque já deu para entender vou terminar dizendo em conclusão, que a produção faz-se para satisfazer o consumo e o consumo existe se existirem pessoas com rendimento e com poder de compra, para comprarem a produção e todas as pessoas são hoje mais necessárias como consumidores do que como trabalhadores, para ser possível escoar a produção em massa que as máquinas robotizadas e automatizadas fazem?

Se as coisas puderem funcionar mal, funcionarão mal de certeza...

O poder tende a corromper, mas o poder absoluto corrompe absolutamente...

Como sabes, a ignorância e a soberba limitam o desejo de saber mais e de evoluir das ideias preconcebidas...

Não podemos orientar o vento, mas podemos ajustar a nossa vela...

Quem puder que entenda...

Pausa para reflexão...

Manuel de Sousa Ribeiro

Ler também: Utopia e Realtà e Le Origini del Bene e del Male

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