Excelente síntese da História recente de Portugal! Por Luís Júdice
Os trabalhadores e o povo português têm vindo a assistir - e a sofrer as consequências - de uma ópera bufa representada, à vez ou em simultâneo, por PS e PSD, por vezes com a colaboração de um compère de ocasião como é o inefável Paulo Portas e o seu cão amestrado CDS, a que se convencionou chamar Bloco Central!
E é
importante que, num momento em que António Costa e Seguro disputam a direcção do
PS para assegurar para o seu partido uma maioria absoluta , única
panaceia, defendem ambos, para o genocídio fiscal levado a cabo pelo governo de
traição nacional protagonizado por Coelho e Portas e tutelado por Cavaco,
voltemos a analisar o modus operandis deste Bloco Central e da
bandidagem que em torno dele gravita e se alimenta.
Muitos,
diversificados e caricatos são os casos que se sucedem de ministros e
ex-ministros do bloco central a serem alvo da justiça – não da
justiça popular que um dia se fará, mas do arremedo de justiça que o sistema
burguês possibilita – e a fazer com que a velha máxima de que à mulher de César
não lhe basta ser séria…tem de o parecer, nunca como agora teve tanta razão de
ser.
Sucedem-se
os casos. Desde o de Duarte Lima, na sua prisão de luxo, com pulseira
electrónica, no edifício Valmor, até ao caso da visita que a Polícia
Judiciária efectuou às residências e locais de trabalho de Teixeira dos
Santos (ex-ministro das Finanças de José Sócrates), de Costa Pina (ex-secretário
de Estado do Tesouro e das Finanças e actual administrador da Galp) e de
Almerindo Marques (ex-presidente da RTP, ex-presidente das Estradas de Portugal
e actual presidente da Opway, construtora do Grupo Espírito Santo), sem que daí
resultassem quaisquer consequências para os visados, passando pela
telenovela Isaltino Morais, recentemente libertado, passando pelos casos
das PPP’s, do BPN/BPP, dos swaps, Banif e, mais recentemente, do
colapso do banco do regime, o BES/GES!
Tudo
bons rapazes…está de ver! Assim como está para se ver quantos mais episódios
desta guerra entre parceiros de bandidagem conhecerão a luz do dia, à
medida que os períodos eleitorais ditarem que se inicie a lavagem de roupa
suja.
Apesar de se sucederem os
episódios de corrupção ou de suspeita da sua prática, nenhum deles, no entanto,
com consequências punitivas, será pedagógico perceber-se o como e o porquê deste
caldo a que se chama BLOCO CENTRAL se ter transformado numa
verdadeira escola de formação de criminosos.
O processo explica-se em poucas
linhas:
·
Primeiro, fruto das políticas levadas a cabo pelo centralão
– PS e PSD (com o CDS sempre à espreita e a reboque) – liquida-se o nosso
tecido produtivo em troca de subsídios supostamente destinados a fazer entrar o
povo português no paraíso de leite e mel, no céu da abundância e da riqueza
solidária dos países desenvolvidos do norte do continente europeu;
· Os
subsídios começam a fluir, como começa a fluir todo um exército de
especialistas, políticos de carreira, consultores jurídicos
e financeiros, a arrogar-se detentores da VERDADE sobre qual a aplicação
a dar aos abundantes fundos que começavam a entrar nos cofres do estado e a
merecer o apetite vampiresco daqueles que, rapidamente, os queriam transferir
para os seus cofres privados;
·
Mas, cedo a classe política se apercebeu que tal roubo não poderia
ser feito às claras, de forma ostensiva e descarada. Logo, uma vez mais, um
exército de políticos de carreira, de consultores jurídicos e
financeiros, lançaram a artimanha jurídico-legal que corporiza as PARCERIA
PÚBLICO PRIVADAS e das Empresas Públicas com gestão privada, que se encarrega de
consumar o roubo, mas sob a capa da legalidade;
·
Numa intrincada teia de promiscuidades onde alguns advogados e
outros jurídicos repartem as suas funções de deputados com as de consultadoria
ao grupos parlamentares dos partidos da burguesia, através dos grandes gabinetes
de advocacia aos quais continuam ligados, o edifício jurídico vai sendo montado
à medida dos interesses do saqueio desses fundos que tão generosamente
davam entrada no país;
·
Daí até às regras de adjudicação, à rede de influências e às
troca de favores foi um pequeno passo. Passo, aliás, que mais não seria
do que a consequência lógica do processo tão laboriosamente montado;
·
Desses fundos públicos, agora em mãos privadas, à custa de desvios
de dinheiro, obras adjudicadas por um montante e terminadas em montantes
escandalosamente superiores, de luvas devidas a trocas de favores, políticos,
económicos e financeiros, surgiram novas corporações financeiras, novos grupos
económicos que, temerosos, como é apanágio de um ladrão que se preze, de que
alguém lhes viesse roubar aquilo que tinham acumulado com tanto
sacrifício, se apressaram a colocar as mais-valias em offshores e,
não contentes, a criar a sua própria offshore na Madeira, assegurando uma
gigantesca lavagem de dinheiro, ocultando a origem fraudulenta do dinheiro
roubado.
Tudo isto foi sendo praticado ao
longo das últimas três décadas de forma impune. As leis tinham sido
criteriosamente produzidas de modo a assegurar a impunidade dos
criminosos.
Seria
fastidioso elencar as personagens que ao longo destas três décadas se
locupletaram com verbas faraónicas. Eles pertencem aos vários partidos do
arco do poder, numa intrincada teia que vai desde o poder central ao
chamado poder local. E, em nome do sacrossanto princípio político eleitoral que
convenientemente montaram, asseguraram que a rotatividade entre o PS e o
PSD – a famosa e famigerada bipolaridade – garantiria que todos eles haveriam,
como diz o povo, comer da gamela.
A contrapartida aos fundos
tão generosamente colocados à disposição do nosso país pelo directório
europeu, dominado pelo imperialismo germânico, era o de que abandonássemos a
agricultura, porque os franceses produziam mais, melhor e mais barato;
abandonássemos as pescas, porque os espanhóis tinham melhor frota e venderiam o
pescado a preços mais atractivos; destruíssemos a nossa indústria naval,
metalomecânica/metalúrgica, siderurgia, etc., porque os alemães tinham melhor
know-how e a preços muito mais competitivos.
Não serviram, portanto, esses
fundos para equipar a nossa frota pesqueira, para mecanizar e modernizar a nossa
agricultura ou para robotizar e tornar mais especializada e inovadora a nossa
indústria. Nada disso! Serviram para implementarmos, a par do compadrio e da
corrupção, a famigerada política do betão, levada a cabo pelos sucessivos
governos do proeminente economista Cavaco, que assegurou as auto estradas
do desenvolvimento, isto é, as vias que assegurariam o
escoamento maciço dos produtos oriundos dos países daqueles que tão
generosamente nos tinham atribuído tais fundos.
Serviram, isso sim, para que do
ponto de vista político e económico Portugal ficasse refém dos grandes grupos
financeiros, bancários e industriais – particularmente os alemães – e que,
forçado a integrar um sistema monetário e uma moeda forte como o euro – o marco
travestido -, com uma economia totalmente fragilizada, os sucessivos governos
vende-pátrias tivessem sujeitado o país à total perda de soberania política,
económica, fiscal, orçamental e cambial, isto é, transformado Portugal numa
autêntica sub-colónia ou protectorado do imperialismo germânico.
Claro está que um país como
Portugal que, mercê da destruição sistemática do seu tecido produtivo, se vê
obrigado a importar mais de 80% daquilo que necessita para alimentar o povo e
para que a sua economia se desenvolva, a fórmula que o capitalismo encontra para
equilibrar as coisas a contento dos seus interesses de rapina é a de
emprestar dinheiro, estimular o crédito – ao estado e aos particulares -
com juros faraónicos, esperando que a espiral de endividamento que tal política
irá, necessariamente, provocar lhes permita arrogar-se o direito de exigir ao
estado português, como pessoa de bem que supostamente deve ser, que pague
a factura.
Como o estado não é pessoa de
bem porque foi minado por toda a sorte de bandidos sem escrúpulos, e o
dinheiro que teria para supostamente pagar a dívida se esvaiu em contas
na Suíça ou em offshores espalhados por esse mundo fora, e se entreteve a
destruir o tecido produtivo do país, resta-lhe uma garantia ou moeda
de troca para pagar essa dívida que os abutres do FMI, do directório
europeu, a mando do imperialismo germânico, agora reclamam: embaratecer
os custos salariais, empobrecer o povo, destruir todo o tipo de
políticas sociais – desde o acesso à saúde até ao acesso à educação,
passando pelas mais variadas prestações sociais – para tornar Portugal a
Malásia da Europa, com mão de obra intensiva, não especializada e
baratinha e vender a preços de saldo todos os activos e empresas estratégicas
para qualquer economia que se deseje independente e ao serviço dos trabalhadores
e do povo.
O ambiente de sublevação que se
está a manifestar por todo o país tem de se agigantar, romper com o medo que
este governo fascista e vende-pátrias, com as suas medidas terroristas, está a
querer induzir sobre os trabalhadores e o povo português, pois, se não o fizer,
está a alimentar os algozes da sua própria morte, miséria, fome, desemprego e
precariedade.
Aos trabalhadores e ao povo
português nada mais resta do que derrubar este governo serventuário dos
interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, do imperialismo
germânico, correr com o FMI e restante tróica de Portugal e edificar um Governo
de unidade Democrática e Patriótica que prepare a saída de Portugal do euro e
se recuse a pagar uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela
retirou qualquer benefício.
Por: Luís Júdice - http://queosilenciodosjustosnaomateinocentes.blogspot.pt/2014/08/bloco-central.html?spref=fb
E o tempo é o
melhor conselheiro, o melhor professor, o melhor médico, o melhor juiz e o
melhor amigo…
E para que o mal triunfe basta que os Homens bons não façam nada!
"Mais importante que encontrar um professor é encontrar e seguir a verdade do ensinamento." (Sogyal Rinpoche)
É preciso mais sabedoria para aproveitar um bom conselho, do que para dá-lo!
E não se juntem e não gritem apenas. Façam algo que seja eficaz. E deixam-te gritar, criticar e denunciar, mas não te ouvem e não te ligam e não resolvem os teus problemas e dificuldades e enquanto continuares a votar sempre nos mesmos partidos e nos mesmos políticos.
E acordem e votem em novos partidos e em novos políticos, se querem que algo melhor e exijam eleições de 2 em 2 anos, para avaliarem e mudarem de pessoas, caso estas não tenham sido honestas e não tenham cumprido com os compromissos assumidos com a sociedade e com os eleitores.
"E o poder em si mesmo é neutro. Nas mãos de uma pessoa boa será uma bênção. Nas mãos de uma pessoa inconsciente será uma maldição." (OSHO)
E mudem de atitudes e de voto e deixem de votar sempre nos mesmos partidos e nos mesmos políticos e votem em novos partidos e em novos políticos.
E não votem sempre nos mesmos partidos e nos mesmos políticos, que nos mentem, nos enganam, nos roubam e nos traem e exijam eleições de 2 em 2 anos.
E quando todos pensam o mesmo, ninguém pensa muito!
E tudo é uma escola e tudo são ensinamentos!
E por uma pequena parcela podemos julgar a peça inteira!
Leia mais nas minhas publicações nos meus blogues e nas minhas notas no Facebook e noutras redes sociais a seguir referidas.
Ver e ler no Twitter:http://twitter.com/ManuelRibeiro3
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